Por Cleymarlei Borges, estrategista de marketing e especialista em SEO
Vivemos um momento de transição profunda no universo digital. O comportamento de busca está mudando. A pesquisa Google, antes tida como a principal porta de entrada para qualquer dúvida ou jornada de compra online, começa a dividir espaço com novas ferramentas baseadas em IA generativas, como o ChatGPT. Isso está remodelando não só a forma como as pessoas consomem informação, mas também como as marcas precisam se posicionar online.
Mas e o SEO, esse trabalho técnico e estratégico que durante décadas se estruturou ao redor dos motores de busca como o Google, será que ele ainda tem espaço nesse novo cenário?
A resposta é direta: sim, o SEO continua essencial, mas o jogo está mudando e rápido. Neste artigo, vou te mostrar por que você ainda deve investir em consultoria de SEO, mesmo em um mundo onde o ChatGPT domina parte da atenção digital, e como ajustar sua estratégia para continuar gerando valor no novo ecossistema da informação.
A queda da pesquisa Google: um cenário possível?
Vamos imaginar um cenário extremo: o Google deixa de ser utilizado. A página google.com não carrega. Usuários migram para o ChatGPT ou outros assistentes baseados em IA para buscar respostas. A primeira pergunta que surge é: o SEO ainda faz sentido nesse contexto?
A resposta é: sim, e talvez até mais do que antes.
Isso porque qualquer ferramenta de busca ou IA precisa de uma base de conhecimento para gerar respostas. O ChatGPT, o Bing Copilot, o Perplexity e outras IAs não inventam informações do nada, elas extraem de algum lugar. E onde estão essas informações? Nos sites, blogs, artigos, produtos, páginas institucionais e materiais de marcas que investem em conteúdo.
Portanto, a lógica da indexação e da autoridade digital permanece. O que muda é a forma como essa informação é apresentada ao usuário final.
A diferença entre o Googlebot e as LLMs
Para entender melhor a mudança, é preciso comparar dois mecanismos:
O Googlebot, robô de rastreamento do Google, é altamente desenvolvido. Ele processa HTML, lê JavaScript, interpreta a estrutura do site e entende elementos dinâmicos.
As LLMs (Large Language Models), como o ChatGPT, ainda acessam a web de forma mais limitada. Elas não executam JavaScript e só leem o HTML bruto da página. Portanto, qualquer conteúdo que dependa de scripts para ser exibido não será capturado por essas ferramentas.
Essa limitação reforça a necessidade de SEO técnico bem feito. Estrutura clara, conteúdo no HTML inicial, metadados bem definidos, e sites leves, acessíveis e rastreáveis voltam a ser prioridade.
O SEO como base da nova inteligência artificial
Se você está investindo em SEO, criando conteúdo de qualidade, estruturado com boas práticas, atualizado, e voltado para responder às dúvidas do seu público, parabéns! Você está criando o combustível que as IAs vão usar para responder às pessoas.
Ou seja, a pesquisa Google pode perder espaço, mas o SEO ganha outra função: treinar e alimentar os modelos de linguagem e mecanismos inteligentes que estão se tornando o novo padrão de busca.
O que muda na pesquisa Google para empresas e profissionais?
Com o crescimento das ferramentas de IA, as empresas precisam rever como medem o sucesso do SEO. Se antes o objetivo era aumentar o número de acessos ao site, agora precisamos olhar além do clique.
A marca como fonte de autoridade
As LLMs respondem perguntas com base em fontes confiáveis. Se o seu site é citado por outros, tem conteúdo de valor, e mostra autoridade no assunto, há grandes chances da sua marca aparecer nas respostas geradas por IA, mesmo que o usuário não clique diretamente no seu domínio.
Logo, trabalhar marca, autoridade e presença digital nunca foi tão estratégico.
O conteúdo não precisa estar só no seu site
O ChatGPT pode ler páginas de terceiros, então distribuir conteúdo em múltiplos canais se torna uma ação de SEO. Isso inclui:
Responder no Quora ou Reddit
Ter artigos em blogs parceiros
Publicações no LinkedIn
PDFs indexáveis
Repositórios públicos (como GitHub ou Medium)
O objetivo agora é fazer sua marca ser rastreável e referenciada por qualquer canal que a IA tenha acesso.
A importância dos sites continua
Mesmo em um mundo dominado pela IA, o site ainda é seu território soberano. É lá que:
O cliente compra
O lead se converte
O contato é feito
A reputação é consolidada
A autoridade técnica é exibida
Nenhuma IA hoje (e provavelmente por muito tempo) vai substituir totalmente a jornada de conversão que só um site pode oferecer. Portanto, otimizar o site segue fundamental.
Além disso, como mencionamos, as LLMs têm limitações de rastreamento. Se a informação não estiver presente no código-fonte do seu site, ela não será lida por ferramentas como o ChatGPT. Aqui, o SEO técnico segue sendo um pilar.
O novo papel do conteúdo na pesquisa Google
O conteúdo para IA precisa ser ainda mais claro, direto, semântico e factual. As ferramentas generativas são boas em entender contexto, mas valorizam textos bem estruturados.
Boas práticas para a nova era do conteúdo SEO:
Use estrutura em tópicos e subtítulos claros (H2, H3, H4)
Adicione dados, fontes e evidências
Trabalhe palavras-chave relacionadas (ex: além de “pesquisa Google”, use “mecanismos de busca”, “assistente virtual”, “resposta automatizada”, “chat de IA”)
Mantenha o conteúdo atualizado
Escreva de forma natural, com foco no usuário e não no algoritmo
Seu conteúdo é original, profundo e útil o suficiente para ser referência?
No novo ecossistema da busca, quantidade de conteúdo não é mais diferencial — profundidade, originalidade e utilidade são. Seja para conquistar boas posições na pesquisa Google ou ser utilizado como base por ferramentas como o ChatGPT, o seu conteúdo precisa entregar valor real e ser insubstituível.
O que realmente diferencia um conteúdo de autoridade?
1. Apresentar dados próprios ou análises exclusivas
Marcas que produzem seus próprios estudos, estatísticas ou cruzamentos de informações relevantes se destacam.
Por exemplo, a HubSpot publica anualmente relatórios de marketing com base em pesquisas realizadas com seu público. Esses dados são constantemente citados por IAs e em buscas orgânicas.
Se você não tem uma base de dados própria, pode produzir análises originais com base em fontes públicas. Por exemplo:
Se sua empresa atua no setor jurídico, analisar tendências nos dados do CNJ ou dos tribunais locais, e transformar isso em conteúdo de leitura fácil, é uma forma de gerar material único.
2. Ir além do óbvio
Um erro comum é criar artigos superficiais, baseados nos primeiros resultados do Google. Isso não cria autoridade — só repete.
Ferramentas como o ChatGPT são treinadas com milhares desses conteúdos medianos. O que faz o seu se destacar é o que não está em todo lugar.
3. Explorar múltiplas dimensões do tema
O conteúdo precisa ser completo. Isso significa abordar:
Conceitos e contexto
Causas e consequências
Dados atuais e históricos
Implicações para diferentes públicos
Ações práticas ou estratégias aplicáveis
Exemplo real: no site Ahrefs, os guias não apenas explicam “o que é SEO”, mas também abordam estratégias específicas, frameworks técnicos, erros comuns e como evitar. Esse tipo de conteúdo é constantemente referenciado por blogs, vídeos e ferramentas de IA.
Ferramentas que avaliam qualidade de conteúdo (inclusive IAs)
As LLMs como o ChatGPT são treinadas para priorizar conteúdo bem estruturado, confiável e completo. E o próprio Google já deixou claro o que espera dos conteúdos de qualidade:
“Crie conteúdo útil, confiável e centrado no ser humano.”
— Diretrizes de Conteúdo Útil do Google
Além disso, sistemas como o Google Quality Rater Guidelines (utilizado por avaliadores humanos do buscador) avaliam se o conteúdo:
Foi escrito por alguém com experiência no assunto
Apresenta análises que vão além do que já existe
Evita clickbait e entrega o que promete no título
É mantido atualizado e bem referenciado
EEAT é a nova moeda da autoridade na Era da IA
Com a ascensão das ferramentas de inteligência artificial, o Google tem reforçado de forma cada vez mais incisiva os pilares do EEAT — Expertise, Experience, Authoritativeness e Trustworthiness. Esses princípios se tornaram a moeda de confiança digital não só nos resultados da pesquisa Google, mas também nas respostas geradas por modelos de linguagem como o ChatGPT.
Mesmo fora da busca tradicional, as IAs precisam de fontes confiáveis para formular respostas precisas, e é exatamente aí que entra o valor de produzir conteúdo com EEAT.
Segundo as diretrizes do Google para avaliadores de qualidade de busca, sites com forte EEAT tendem a ser mais bem classificados e referenciados por sistemas de IA e buscadores.
Como aplicar EEAT:
Tenha autoria clara (como neste artigo: Cleymarlei Borges)
Mostre experiência real (cases, provas sociais, depoimentos)
Conquiste backlinks de qualidade
Tenha presença em múltiplos canais (LinkedIn, YouTube, portais de conteúdo)
Invista em segurança, performance e estrutura do site
SEO não morreu, ele evoluiu
É comum ouvir que o SEO vai morrer. Mas como acontece com qualquer tecnologia, ele apenas se transforma.
Agora, o SEO:
Deixa de ser só para o Google
Passa a alimentar IAs
Amplia sua atuação para ecossistemas de informação
Se torna base de confiança e autoridade para novas formas de busca
Quem entende isso e se adapta, sai na frente.
Continuar investindo em SEO: sim ou não?
Sim. E com a pessoa certa ao seu lado, o impacto pode ser extraordinário.
Num cenário em que a pesquisa Google está mudando de forma, e inteligências artificiais dominam a atenção dos usuários, o SEO precisa evoluir junto. E não há espaço para estratégias genéricas, superficiais ou baseadas em achismos.
É aqui que entra a atuação de um nome que já ajudou dezenas de empresas a saírem do anonimato digital para se tornarem referência de mercado: Cleymarlei Borges, estrategista de marketing e especialista em SEO.
Você deve continuar investindo em SEO se:
✅ Sua empresa quer aparecer como referência em ferramentas de IA
✅ Você quer manter um site rastreável, funcional e conversivo
✅ Seu conteúdo é parte central da captação de leads ou vendas
✅ Você acredita na importância de autoridade e posicionamento de marca digital
Pode repensar o investimento se:
⚠️ Seu negócio não depende da web
⚠️ O público chega por canais fechados (indicações, redes sociais, WhatsApp)
⚠️ Você não gera valor de negócio com exposição em IA ou mecanismos de busca
Como aplicar isso na prática?
✅ Crie conteúdo com base na sua experiência real
Seja um case, um erro que você cometeu, um insight prático de um cliente ou projeto — tudo isso é único e valioso.
✅ Traga fontes primárias
Se for usar estatísticas, sempre cite o estudo de origem (IBGE, Datafolha, Gartner, etc.). Isso fortalece seu conteúdo diante das IAs e do Google.
✅ Atualize com frequência
Um conteúdo de 2020 sobre “tendências de SEO” está defasado em 2025. Atualizações mostram que sua marca se mantém relevante.
✅ Use tabelas, listas, gráficos, vídeos
Eles facilitam o entendimento e aumentam o tempo de permanência do usuário — fator importante para mecanismos de busca e sistemas de IA avaliarem utilidade.
Conclusão: o futuro da busca é híbrido
O futuro da pesquisa Google pode até estar em xeque, mas a necessidade de responder dúvidas, oferecer soluções e gerar valor através da informação online jamais vai acabar. E onde existe busca por informação, existe oportunidade para SEO.
O nome pode mudar, os canais podem mudar, mas a estratégia de se tornar referência digital continua valendo.
Então, se você quer ser relevante na nova era da internet, otimize não só para o Google, mas para qualquer ferramenta que busque, entenda e apresente conteúdo.
Esse é o novo SEO. E ele está só começando.




